A noite estava quente, o ar pesado com o cheiro de chuva que teimava em não cair. As luzes da cidade brilhavam ao longe, mas no terraço do apartamento de Viktor, o mundo parecia se resumir aos dois. Viktor Rom estava recostado na parede, os braços cruzados, o olhar fixo em Ramwey Reis, que caminhava em sua direção com passos lentos e calculados. Aquele jogo de olhares era familiar, uma dança que ambos conheciam bem.
“Você sempre aparece quando eu menos espero,” Viktor disse, a voz rouca, carregada de provocação. Seus olhos azuis brilhavam sob a luz fraca do terraço, e um sorriso malicioso se desenhou em seus lábios.
Ramwey parou a poucos centímetros dele, o corpo alto e imponente bloqueando parte da vista da cidade. “E você sempre parece estar esperando por mim,” ele respondeu, a voz grave, quase um sussurro, mas com uma intensidade que fazia Viktor estremecer.
Havia algo naquela noite que parecia diferente. O ar entre eles estava carregado de uma tensão que ia além do habitual. Viktor sentiu o coração acelerar quando Ramwey inclinou-se para frente, aproximando o rosto do seu. O calor do corpo de Ramwey era quase palpável, e Viktor não conseguiu evitar que seus olhos se fechassem por um instante, antecipando o que viria a seguir.
“Você sabe o que eu quero,” Ramwey murmurou, os lábios quase tocando os de Viktor.
“E você sabe que eu nunca te dei nada de graça,” Viktor respondeu, abrindo os olhos e encarando Ramwey com um olhar desafiador.
Foi o suficiente para que Ramwey perdesse o pouco de paciência que ainda restava. Ele fechou a distância entre eles, os lábios se encontrando em um beijo que foi ao mesmo tempo doce e voraz. Viktor respondeu com igual intensidade, as mãos agarrando o casaco de Ramwey e puxando-o para mais perto. O toque era eletrizante, como se cada ponto de contato entre eles fosse um fio condutor de algo maior, algo que nenhum dos dois conseguia nomear.
Ramwey deslizou as mãos pela cintura de Viktor, puxando-o contra seu corpo. O calor entre eles era quase insuportável, e Viktor sentiu um arrepio percorrer sua espinha quando os dedos de Ramwey encontraram a pele sob sua camisa. Ele quebrou o beijo por um instante, ofegante, os olhos brilhando com uma mistura de desejo e desafio.
“Você sempre foi bom nisso,” Viktor disse, a voz rouca, enquanto seus dedos se enroscavam nos cabelos escuros de Ramwey.
“E você sempre foi difícil demais,” Ramwey respondeu, os lábios se curvando em um sorriso antes de se inclinar novamente, desta vez para deixar uma trilha de beijos pelo pescoço de Viktor.
O som que escapou dos lábios de Viktor foi quase um gemido, e ele sentiu o corpo tremer sob o toque de Ramwey. Era assim sempre que os dois se encontravam: uma mistura de fogo e desafio, uma conexão que nenhum dos dois conseguia ignorar.
A noite parecia ter parado ao redor deles, o mundo se resumindo ao espaço entre seus corpos. E, naquele momento, Viktor sabia que não importava quantas vezes eles repetissem aquela dança, ele sempre acabaria cedendo a Ramwey. Porque, no fundo, ele também queria aquilo. Queria o calor, a intensidade, a sensação de estar vivo que só Ramwey conseguia lhe dar.